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Ciclo PDCA

Por Bruno Garzin.

Planejar, executar, checar e agir – muitas vezes nos perdemos no meio do caminho na execução de um projeto por falta de uma metodologia de controle, não é mesmo?

O PDCA é uma ferramenta muito abrangente, com foco na melhoria contínua e pode ser usada no controle de processos e solução de problemas. Sua aplicação consiste em quatro fases:

  • P (plan: planejar): seleção de um processo, atividade ou máquina que necessite de melhoria e elaboração de medidas claras e executáveis, sempre voltadas para obtenção dos resultados esperados;
  • D (do: fazer): implementação do plano elaborado e acompanhamento de seu progresso;
  • C (check: verificar): análise dos resultados obtidos com a execução do plano e, se necessário, reavaliação do plano;
  • A (act: agir): caso tenha obtido sucesso, o novo processo é documentado e se transforma em um novo padrão.

O PDCA pode ser representado visualmente conforme mostra a figura abaixo:

O PDCA é um dos métodos de gestão mais difundidos do mundo, seu campo de aplicação é tão amplo que até mesmo a ISO 9001:2015 recomenda sua utilização. Segunda a norma, pode-se aplicar o ciclo PDCA em qualquer processo do SGQ. É possível, por exemplo, organizar a tratativa de não conformidades tendo como base um ciclo PDCA, tornando o processo muito mais eficiente.

Ciclo PDCA para o GRO – Gerenciamento de Riscos Ocupacionais.

O principal motivo da escolha desta ferramenta está relacionado com a própria NR-01, que, em seu processo de revisão, teve a ISO 45001 como uma de suas principais referências bibliográficas.

Mas, antes de continuar a explicação, vamos falar um pouco sobre a ISO 45001? Trata-se de uma norma internacional para o Sistema de Gestão de Saúde e Segurança Ocupacional (SGSSO), que tem como objetivo a melhoria do desempenho da organização em termos de Segurança e Saúde Ocupacional. Então, seu foco é fornecer uma estrutura para gerenciar os riscos identificados nos processos, a fim de prevenir lesões e problemas de saúde. Inclusive, a própria ISO 45001 utiliza o ciclo de melhoria contínua como metodologia de trabalho para o GRO. Por sua vez, a NR-1 faz referência indireta ao PDCA, como no item 1.5.5.4.2, que diz: “O controle da saúde dos empregados deve ser um processo preventivo, planejado, sistemático e continuado de acordo com a classificação de riscos ocupacionais e nos termos da NR-07.” (BRASIL, 2022).

Aplicando o PDCA para o gerenciamento de riscos ocupacionais, a primeira etapa é a identificação do perigo que pode gerar um risco, quando ocorre a exposição ocupacional de colaboradores. Em seguida, passa-se para a avaliação do risco, considerando as instruções das Normas Regulamentadoras. Então, as medidas de controle devem ser planejadas com o objetivo de eliminar doenças e acidentes ocupacionais. Por fim, a melhoria contínua é seguida a fim de analisar o que não deu certo e implementar novas ações.

Pronto! Temos a estrutura do PDCA adaptada ao Gerenciamento de Riscos. Ao adotar o PDCA, as práticas internas são constantemente aperfeiçoadas com o gerenciamento de riscos. Aquilo que foi planejado é executado e revisto, inúmeras vezes, buscando um resultado cada vez mais próximo da excelência.

Com o ciclo PDCA, temos um passo a passo para otimizar os sistemas de gestão, que consiste em minimizar as entradas — como custo, tempo e esforço da equipe — e maximizar as saídas — como redução de incidentes, obediência às regras de segurança e uso de EPIs.

REFERÊNCIAS

CAMPOS, Vicente Falconi. TQC – Controle da Qualidade Total (no estilo japonês). Belo Horizonte, MG: Editora de Desenvolvimento Gerencial, 1999.

MARTINS, Petrônio G; LAUGENI, Fernando P. Administração da Produção. São Paulo: Saraiva, 2005.

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